11 11 2008

Blog da Casa

 

Escrever um blog literário é um desafio muito grande, principalmente em estilo jornalístico. Contudo o universo da literatura é algo fascinante (já o sabia), mas olhava pela janela tentando alcançar o horizonte me esquecendo de olhar para o tesouro que se encontra no quintal de casa. Escutando o conselho de amigos para o titulo, uma amiga me sugeriu ler Rubem Braga, nascido em Cachoeiro de Itapemirim, logo pensei em algo capixaba, foi onde descobri o livro de crônicas de Rubem Braga, “ Casa do Braga”.

Em homenagem a esse escritor da nossa terra e do mundo batizei esse blog com um nome bem capixaba.    

 Boa Leitura!

 

Renato de Oliveira Santos

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O fim do patriotismo

 

"(...) era tudo isso junto, fundido, reunido, sob a bandeira estrelada do Cruzeiro."O ostracismo entre as classes e as conseqüências da globalização tem decretado o fim do patriotismo, uma constatação que vemos quando olhamos para o modo de vida da sociedade. A preferência por produtos importados e mercados estrangeiros como a  indústria cinematográfica hollywoodiana, tem motivado uma brusca mudança no mercado interno seja qual for o segmento.Na literatura, as mudanças são tão antigas que livros que fazem uma grande critica a perda de patriotismo são do inicio do século XX a época do pré-modernismo.

      

É nesse período que alguns poucos escritores como Lima Barreto desligados de escolas literárias passaram a expor em suas obras uma visão critica dos problemas brasileiros. Com uma linguagem simples, Barreto enfoca os problemas sociais dos moradores do subúrbio e das favelas.

 

Em seu livro mais famoso, O Triste Fim de Policarpo Quaresma, Barreto mostra um pouco de sua genialidade através de suas narrativas contra a monótona rotina vigente a época e a falta de inteligência ou falando da educação, da cultura, da busca de informação e conhecimento que possibilitariam a elevação do Brasil à condição de potência.

 

Justamente escritores desse movimento literário fizeram advir um movimento posterior, o modernismo, que ficou marcado pela Semana da Arte Moderna, que incitava através do Manifesto Antropofágico que as culturas européias, (principal reduto cultural do século XX) deveriam ser ingeridas para poderem ser regurgitadas em uma cultura genuinamente brasileira.

 

O livro “O Triste Fim de Policarpo Quaresma”, é figuradamente uma crítica a ordem vigente onde questões atuais como a reforma agrária, a moralização da política nacional, a valorização da cultura indígena, o direito de manifestação que já eram banalizadas, sociais e politicamente.

 

Segundo o personagem Policarpo Quaresma. “(…). Não havia predileção por esta ou aquela parte de seu país, tanto assim que aquilo que o fazia vibrar de paixão não era só os pampas do Sul (…) não era as beleza da Guanabara (…) era tudo isso junto, fundido, reunido, sob a bandeira estrelada do Cruzeiro.” Defendia as raízes do Brasil com uma veemência que constrangia aos que estavam ao seu redor, pois a sua paixão pela historia brasileira afrontava os costumes da época.

 

Faltam alguns Policarpos, patriotas dedicados que se interessam por questões inatingíveis em relação ao Brasil e suas possibilidades, que continuaram assim se não surgirem patriotas como o apaixonado Policarpo Quaresma.

                                                                                                                                                                                                                                   

Veja trecho do Filme baseado no livro- Triste fim de Policarpo Quaresma          

 http://br.youtube.com/watch?v=tLxbWhqyUD8                                                                                                                     

 

Download do Livro em PDF

http://vbookstore.uol.com.br/nacional/limabarreto/quaresma.shtml                                                                                       





100 Anos “sem” Machado de Assis

18 11 2008

 

machado-assis1

 

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no dia 21 de junho de 1839 e deixou um legado literario vasto ao falecer no dia 29 de setembro de 1908.Este ano foi comemorado o centenario de sua morte.Ele foi um romancista, contista, poeta e teatrólogo brasileiro, considerado um dos mais importantes nomes da literatura desse país e identificado, pelo crítico Harold Bloom, como o maior escritor afro-descendente de todos os tempos.Seus romances, contos, crônicas e textos avulsos continuam tão atuais como na época em que foram escritos.

Sua vasta obra inclui também crítica literária. É quase impossivel desvendar um escritor que fascinou uma nação escravocata e conquista admiradores que o consideram-o um controverso.  É considerado um dos criadores da crônica no país, além de ser importante tradutor, vertendo para o português obras como Os Trabalhadores do Mar, de Victor Hugo e o poema O Corvo, de Edgar Allan Poe. Foi também um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e seu primeiro presidente, também chamada de Casa de Machado de Assis.

Hoje a obra Machadiana é de domínio público, por ter expirado o correspondente direito de autor em 1978, ao se completarem 70 anos do falecimento do autor.Machado de Assis transmite um humor irônico em seus texto.Em “Memórias Póstumas de Brás Cubas” , não existem excessos de adjetivos, a narração é nua e cru, o personagem tem a liberdade de falar o que quiser, por estar morto.

Para o aluno do 3º ano da Escola Godofredo Sheneider Felipe Armindo, o livro é fascinate pois não se prende a uma trama, mas nos acontecimentos que vem a lembrança de uma pessoa que já morreu. “Machado de Assis é um dos escritores que me chamam a atenção por trazer a realidade dentro de uma ficção, tem uma linguagem clara, e Memórias Póstumas de Brás Cubas mostra um Machado de Assis mais solto” destaca.





18 11 2008

SIRI DA CASA

Aconteceu no sábado, 15 de novembro, o lançamento do livro “Cooperativa Desfiadeiras de Siri: A organização e a gestão de conhecimento”, de Solange Machado de Souza, no restaurante Siri na lata (Vitoria-ES) .De acordo com a  autora, a idéia surgiu de sua pós-graduação no curso Gestão Estratégica do Conhecimento e Inovação, da Universidade Federal do Espírito Santo, UFES. Solange mostra como a experiência da gestão cooperada trouxe para as Famílias. O livro já está às vendas nas livrarias por R$ 15.                               Contato (27) 8804-0599

                                                                                                                Boa Leitura!

Renato de Oliveira Santos

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BRAGA REVELADO

 

rubembragaQuem foi Rubem Braga? Segundo alguns críticos literários, é o maior cronista brasileiro desde Machado de Assis e Jose de Alencar. Nascido em Cachoeiro de Itapemirim, Rubem Braga se lançou no meio literário com o livro “O conde e o passarinho” em 1932 pela editora José Olimpio.

Porém um ano antes de sua morte ele escreveu na Revista Nacional, uma descrição de sua profissão: ” Respondo que a crônica não é literatura, e sim subproduto da literatura, e que a crônica  está fora do propósito do jornal. A crônica é subliteratura que o cronista usa para desabafar perante os leitores. O cronista é um desajustado emocional que desabafa com os leitores (…) A única informação (…) é a de que o autor sofre de neurose profunda e precisa desoprimir-se.”

 

Braga era um homem solitário com um enorme desejo de liberdade. Em seu primeiro livro, na crônica – titulo, ele afirma: “A minha vida sempre foi orientada pelo fato de eu não pretender ser conde.”  Rubem Braga é um caso único de autor que entrou para nossa história literária exclusivamente pela sua obra de cronista. Livre de uma adequação ao meio literário, Braga fez escola para os cronistas e intelectuais de nosso tempo.

Suas crônicas introspectivas com ar saudosista fascinam bela simplicidade e pelo aspecto social que elas abordam. Na crônica “Um Braço de mulher” vê Rubem Braga contemplativo, aficionado pronto para uma viagem longa e intangível. Nela Braga fala de morte, mas revela o desejo recluso no que se refere a saudade da vida.Como sua última crônica,  Braga tenta dizer que a vida é radiante e como cronista o objeto de apreciação é  a mulher.     

Hoje a crônica de subliteratura, passou a ser considerado um gênero literário respeitável e digno de estudo. Com uma visão entre lírica e irônica da vida, e um estilo admiravelmente único e pessoal, conseguiu ele, como ninguém, dar nobreza literária ao gênero.

Renato de Oliveira Santos